Podemos dizer que filhos são tudo em nossas vidas. Pode ser um, dois, três, ou mais filhos. A quantidade não importa. Os pais tem amor de sobra. A criação de um filho passa por diferentes etapas e apresenta inúmeros desafios, mas sempre nos contempla com imenso sentimento de prazer e felicidade.
É natural que nossos filhos cresçam em um mundo diferente do nosso, diferente daquele mundo da época em que éramos crianças. A cidade na qual seu filho está crescendo não é mais a mesma de 20, 30, 50 anos atrás. A paisagem mudou, a população mudou, as brincadeiras mudaram, a segurança mudou, a tecnologia mudou, o ensino mudou, nós mudamos, eu mudei, você mudou (?).
Tecnologia
A tecnologia é uma dessas coisas que mudou, e quando ela muda, outras coisas mudam também. Ela muda a uma velocidade surpreendente, ela muda de forma surpreendente. A tecnologia fascina a nós (pais), fascina aos jovens, fascina provavelmente a todos.
A internet conectou o mundo, permitiu a informação atravessar continentes em um piscar de olhos. Inicialmente os computadores estavam conectados, agora, tudo está conectado. O telefone celular ficou “inteligente”, tornou-se smart. O relógio não ficou para trás, nem o ar condicionado, nem a pulseira, nem o carro, nem a televisão e muito menos o ser humano.
O celular inteligente, mais conhecido por smartphone, talvez seja um daqueles itens de tecnologia mais presentes na vida das pessoas. Redes sociais, comunicação, trabalho, navegação, jogos, entretenimento, transações bancárias, fotografias e até chamadas telefônicas. Tudo ao seu alcance, na palma da sua mão. A disponibilidade de aplicativos é incrível e os recursos de hardware também: rede móvel; tela sensível ao toque; GPS; múltiplas câmeras; sensor biométrico; giroscópio. Como se não bastasse tudo isso, muitos dos seus aplicativos ainda são projetados para literalmente prender a atenção do usuário. O resultado não poderia ser diferente. Seu uso é contagiante.
Durante o crescimento dos filhos, muitos pais se perguntam qual seria o momento adequado para presentear a criança com esse poderoso brinquedinho. Chegar a essa conclusão não é objetivo deste texto. Independente da escolha dos pais, acredito que o equilíbrio seja fundamental em tudo na vida. Deverá ser, assim também, com o uso do smartphone, independente da idade do seu filho.
Ensino a distância
O ano de 2020 surpreendeu a todos com uma crise sanitária sem precedentes. A pandemia do novo coronavirus (covid-19) chegou rapidamente, e tivemos que nos adaptar, às pressas. Mais uma vez tudo mudou. Na vida das crianças uma das mudanças mais significativas e impactantes talvez tenha sido a adoção do ensino a distância por parte das escolas. Se aprender já era um desafio, imagine agora.
A criança precisa, obrigatoriamente, estar conectada. Famílias bem estruturadas financeiramente talvez tenham um bom computador de mesa (desktop) ou então um notebook, além é claro de uma boa conexão com a internet. Outras, porém, possuem apenas smartphone, que pertence aos pais e não a criança. Sem contar que muitas famílias possuem mais de um filho, o que exige o compartilhamento desses recursos.
Fica evidente, portanto, que em muitos casos a necessidade da criança acessar seus conteúdos escolares será atendida pelo uso de smartphones. O que nos remete a questão sobre quando seria o melhor momento para uma criança possuir ou utilizar um celular.
Dentre alguns cenários, podemos destacar dois:
- a criança ganha um celular pela necessidade de acompanhar o ensino a distância;
- a criança já usava celular de forma muito restrita, mas agora terá uma liberdade maior em razão do ensino a distância.
Em ambos os casos, a relação da criança com o celular será alterada. Na verdade, sua relação com o celular será intensificada, entrará definitivamente para sua rotina. Isso de certa forma irá de encontro com as definições e escolhas dos pais em relação ao uso dessa tecnologia.
Mas então, como conciliar o que penso em relação ao uso de smartphones por crianças e a nova demanda por comunicação e acesso a conteúdos escolares?
A resposta pode ser: devemos buscar o equilíbrio.
Google Family Link
Seu filho instala aplicativos realmente necessários para sua educação a distância? Você tem ideia de quantas horas por semana seu filho fica em frente a telinha do smartphone, e em quais aplicativos? Seu filho passa a tarde estudando, ou passa horas acessando o TikTok? Será que o uso do celular não está alterando a hora de sono do seu filho?
Essas perguntas podem ser facilmente respondidas por meio de um aplicativo de controle familiar. É aqui que surge a oportunidade de organizar as coisas, sem privar seu filho do acesso a tecnologia. Uma boa alternativa é o aplicativo Google Family Link, https://families.google.com/intl/pt-BR/familylink/, disponível para Android e iOS.
A configuração é simples, acesse o link Google Family Link e siga as instruções durante o processo de instalação. Lembrando que será necessário instalar o aplicativo tanto no celular do responsável quanto no da criança supervisionada.
Você poderá vincular as contas de e-mail dos seus familiares, informando quem são os responsáveis e quem são as crianças supervisionadas. Dentre as configurações disponíveis pode-se destacar:
- configuração da faixa etária de cada criança;
- solicitação de aprovação para instalação de aplicativos;
- acompanhamento do tempo de uso de cada aplicativo;
- configuração de limites de uso diário ou de uso por aplicativo;
- configuração do horário de dormir de cada criança;
- monitoramento da localização geográfica da criança.
Conclusão
Se você se interessou pelas possibilidades apresentadas, não deixe de tentar. Imagino que você gostará bastante. Lembre-se, porém, que a ideia não é invadir a privacidade do seu filho, muito menos criar controles exagerados. Você está definindo algumas regras, assim como aquelas que talvez já existam na sua casa. Como por exemplo o horário do videogame, ou então a hora de dormir.
Por fim, mesmo com um pequeno controle, demonstre ao se filho que você confia nele! Será muito importante para a relação de todos. Se bem usada, essa alternativa pode atuar como uma forma de educação, de auxílio na formação de bons hábitos ao usar a tecnologia.